E-título, uma relação de amor e ódio
Aplicativo, que surgiu há três anos, se popularizou em 2020, causando divergência entre eleitores
A MINHA FOTO DO ETITULO KKKKKKKKKKKK EU TO MORRENDO pic.twitter.com/QpQvSEBYuH
— Canis (@ahamcanis) November 14, 2020
Outros fizeram questão da comparação:
Como eu me via// Como o #eTitulo me vê kķkk pic.twitter.com/5pHHSlGMwI
— Michell Moura (@michellmoura_) November 14, 2020
Eu na vida //// eu no eTitulo pic.twitter.com/3K0V9facx0
— Cidadão não, bacharel em direito. (@MiniHulkAlbino) November 14, 2020
Alguns até comemoraram:
Eu fiquei bonita no etitulo obrigada por essa conquista meu deus pic.twitter.com/IgKd6Vq4TF
— Brida (@elsbrida) November 16, 2020
E a “amnésia eleitoral” passou a ser aceita nas redes:
Quando foi que eu tirei essa foto, senhor amado? 😂😅 #eTitulo pic.twitter.com/zgrvW6YPog
— A-Dri-Ana (@adriama) November 15, 2020
O e-título surgiu em 2017 e é um aplicativo móvel, que exibe a via digital do famoso título de eleitor. Este software apresenta dados como: zona eleitoral, situação cadastral, além da certidão de quitação eleitoral e da certidão de crimes eleitorais. No primeiro turno, entretanto, o uso deste documento eletrônico dividiu opiniões.
No primeiro turno, mais de 147,9 milhões de eleitores estavam aptos a participar das eleições municipais de 2020, entre eles, o assistente administrativo Marlúcio Oliveira, 42 anos, que vota em Juiz de Fora (MG) e afirma não ter tido problema nem com a instalação e nem com a utilização do e-título: “app leve, baixei usando a wi-fi, aí baixou rapidamente e instalação demorou menos de um minuto. Coloquei os dados e foi validado também quase que instantaneamente”, afirma.
Já o estudante de Biblioteconomia Paulo Rogério da Silva, 25 anos, que vota em Niterói (RJ), não teve a mesma sorte. “Eu tinha baixado o e-título dias antes da votação e tentei justificar pela manhã, tarde e à noite. Até depois da votação tinha dado erro”, lamenta Silva, ao explicar que insistiu na tentativa pelo computador, mas sem sucesso. “Decepção”, resume ele, antes de se render à multa para justificativa de voto.
O aplicativo apresentou sobrecarga e instabilidade na funcionalidade de justificativa, no dia da eleição, segundo informou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A justificativa do órgão foi que durante todo o dia da votação, cerca de três milhões de pessoas baixaram o aplicativo, com um total de mais de 13 milhões de downloads. “A principal funcionalidade do e-Título é a identificação do eleitor na seção eleitoral. Nesta função específica, não temos tido problemas. No entanto, o aplicativo possui outras funcionalidades, entre elas a consulta do local de votação e a justificativa, para aqueles que estão fora de sua cidade. Nessas funções, e devido à quantidade excessiva de acessos, o aplicativo realmente apresentou instabilidade”, esclareceu o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, em coletiva de imprensa.
Morando em Portugal há três anos, o consultor em tecnologia Douglas Eugênio, 36 anos, usou o e-título pela primeira vez para justificar o voto: “é a segunda vez que justifico, na outra, foi pelo site e tive que colocar a autorização de residência”. Eugênio elogia a estratégia da eleição brasileira “funcionou muito bem e achei bom utilizar o horário local, assim a rotina não muda”, mas também acrescenta: “achei também muito ruim o TSE não se preparar para a quantidade de pessoas que acessariam o site. Eles tiveram muito tempo”, finaliza.
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Morando em Portugal há três anos, o consultor em tecnologia Douglas Eugênio, 36 anos, usou o e-título pela primeira vez para justificar o voto: “é a segunda vez que justifico, na outra, foi pelo site e tive que colocar a autorização de residência”. Eugênio elogia a estratégia da eleição brasileira “funcionou muito bem e achei bom utilizar o horário local, assim a rotina não muda”, mas também acrescenta: “achei também muito ruim o TSE não se preparar para a quantidade de pessoas que acessariam o site. Eles tiveram muito tempo”, finaliza.
O engenheiro eletricista Pietro Souza trabalhou nestas eleições, em Juiz de Fora, e afirma que, na seção onde foi mesário, muitos eleitores utilizaram o e-título. Ele apresenta como uma das qualidades do aplicativo facilitar a rotina dos voluntários no pleito que, este ano, acontece durante a pandemia da covid-19: “a gente não pode pegar o documento e o e-título, é mais fácil de ver”, afirma ele, reforçando as qualidades como estímulo a utilização: “inclusive, eu baixei e usei também”, reforça.
Da mesma maneira, o fisioterapeuta Maxuel Cruz, 28 anos, também foi mesário, mas em São Domingos das Dores (MG), e conta que por lá, o e-título não foi unanimidade: “onde eu trabalhei usaram, mas foram poucas pessoas e todas jovens”, estima o voluntário que também revela que muitos eleitores se queixaram do não funcionamento do aplicativo: “muita gente reclamou, no dia, que não conseguiu justificar. Então tiveram que ir lá na seção para justificar pessoalmente, o que é um atraso de vida porque é feito manualmente”, analisa.
O que levar para o dia da votação?
Da mesma maneira que o primeiro turno das eleições, as regras quanto à documentação no segundo turno são as mesmas. É necessário ter em mãos:
Um documento oficial com foto (carteira de identidade, passaporte, carteira de trabalho e afins);
De preferência, seu título de eleitor, já que nele contém sua zona e seção eleitoral; e
Se preferir, você pode baixar o aplicativo e-título, que também contém todas as suas informações eleitorais e, caso tenha feito a biometria, também substitui a necessidade de um documento com foto.
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