As grandes marcas e o racismo

Por Ana Paula Freitas e Lyvia Fernandes 


No mundo moderno, o marketing e a propaganda andam lado a lado para promover o mercado e o capital, não só do país, mas de todo o mundo. O público é atraído por slogans, jingles, e tudo aquilo que chame a sua atenção. Porém, infelizmente, tais marcas não tem usado seu poder de disseminar o consumo das massas de forma sábia. Uma pesquisa da internet mostrou que a maioria das propagandas brasileiras são racistas. A impressão negativa é fruto do contexto histórico do Brasil que revela como as marcas do racismo estrutural ainda são visíveis.
Há pouco tempo, a marca Bombril lançou no mercado uma esponja com um nome associado a um estereótipo racista. A empresa usou ainda o desenho de uma personagem negra para fazer propaganda do produto. No site ainda aprecia escrito “ideal para limpeza pesada”.





A história gerou revolta e indignação em usuários do Twitter e ativistas negros, que levantaram a hashtag “#bombrilracista” na internet. A marca logo se retratou, divulgando um pedido de desculpas e afirmando que iria remover o produto de seu portfólio.

Outra marca muito famosa e que esteve envolvida em polêmica, foi a Personal , da empresa Santher, responsável por fabricar papéis higiênicos. Em 2017,eles adicionaram o slogan “Black is beautiful” (preto é lindo); um slogan atribuído ao movimento negro e ao ato de valorizar a beleza dos corpos negros, durante uma campanha publicitária de um novo tipo de papel higiênico preto.


Em pesquisa, descobrimos que esse termo é usado desde os anos 60 contra estereótipos racistas, e, na ocasião, foi usado por uma marca de papel na tentativa promover um novo produto de higiene. Vimos o redirecionamento do slogan para um propósito completamente diferente do original. Além disso, a modelo escolhida foi branca, a atriz Marina Ruy Barbosa. A marca logo voltou atrás, e cancelou o uso do slogan. No fim de 2017, foi anunciado o fechamento da agência de publicidade responsável pelo conceito da campanha.

Por fim, outra marca brasileira que não pensou antes de lançar sua propaganda, foi a Perdigão. Na propaganda de natal de 2018, a marca mostrava duas famílias para divulgar a promoção de um onde cada cliente que comprasse um chester, a empresa daria outro para uma família necessitada. Na propaganda, a família benfeitora era composta por brancos e a família “que precisava” era composta por pessoas negras.





Houve manifestação nas redes de imediato e os ativistas apontaram os problemas da campanha. Alegaram que a marca reforçou estereótipos que negros sempre estão em desvantagem em relação ao brancos. Logo a Perdigão pediu desculpas. 

 

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